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Estratégias de Internacionalização de Empresas

Estratégias de Internacionalização de Empresas

A internacionalização é a inserção da empresa no mercado internacional e éuma das operações adotadas quando os objetivos são expandir negócios, reduzir custose gerar mais lucros.

 

Para o êxito, é crucial adotar a estratégia adequada, voltada para o propósito empresarial e que ainda permita a redução dos riscos da operação.

Se você tem interesse em internacionalizar a sua empresa, este artigo apresentará quatro possíveis estratégias que você deve conhecer: a exportação, a franchising, a joint venture e o investimento direto.

 

1. Exportação:

 

A exportação ocorre quando há a produção de mercadoria em solo nacional e venda do produto para outros países.

 

Se o seu desejo é agregar valor ao seu produto e à sua empresa, aumentar sua produtividade, reduzir a dependência das vendas internas e conquistar espaço no futuro em um cenário cada vez mais globalizado e competitivo, a exportação com certeza é uma estratégia a se considerar.

 

É a tática mais comum de internacionalização, com menor valor de capital investido, risco de negócio relativamente baixo e grande facilidade de ajuste ao mercado internacional.

 

Ainda assim, é importante estar ciente da legislação de cada local, dentre outras condições específicas, que podem incluir taxas alfandegárias e portuárias, taxas de câmbio, custos de produção e exportação variáveis, seguros obrigatórios de mercadorias, dentre outras variáveis referentes à operação em diferentes países.

 

Já em âmbito nacional, para que haja o início da exportação, deverá haver o registro no REI (Registro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior).

 

Após o registro, há a escolha do canal adequado, que poderá ocorrer de forma direta, com o gestor da empresa conduzindo todo o processo de exportação, ou, ainda,de forma indireta, com o auxílio de outros exportadores que servirão como canal, tal qual ocorre com as tradings companies.

 

Posteriormente, serão coletados uma série de documentos que viabilizem a realização do desembaraço aduaneiro.

 

A falha nos documentos apresentados ou eventuais problemas nos produtos poderão impedir o embarque e forçar ao reinício da operação, acarretando até mesmo a perda da venda efetuada.

 

Porém, se pautada em um planejamento organizado e estratégico, a operaçãotende a ser lucrativa e duradoura. Exemplo disto são as exportações referentes ao agronegócio, que no ano de 2022 obtiveram um considerável crescimento em seudesempenho.

 

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária as exportações realizadas pelo agronegócio totalizaram US$ 159,09 bilhões, com alta de 32% em relação ao ano de 2021. No mesmo ano, os cinco principais setores exportadores foram: cereais, farinhas e preparações (19,3%), complexo soja (19,2%), carnes (16,7%), produtos florestais (10,5%) e complexo sucroalcooleiro (10,4%).

 

Levando em consideração os pontos aqui abordados, somados aos períodos de instabilidade e ainda a política cambial brasileira, decidir exportar pode ser, sim, bastante vantajoso. Porém, é preciso uma análise aprofundada e um planejamento especializado que avalie o momento atual da empresa e o papel que ela poderá exercer no mercado global.

 

2. Franchising (Sistema de Franquias):

 

Se você busca maneiras de reinventar seu negócio e quer aumentar seus canais de venda, ou, ainda, se busca investir em uma companhia bem-sucedida, com credibilidade já consolidada no mercado, o sistema de franquias pode ser adequado para você.

 

A Franchising consiste na cessão onerosa dos direitos de utilização da marca e das diretrizes administrativas de uma determinada empresa, chamada de franqueadora,para uma companhia de propriedade de um terceiro, ou seja, uma franqueada.

 

Com a cessão, é autorizada a venda de produtos e serviços no mesmo formatoutilizado pela franqueadora na exploração do mercado. Em contrapartida, é ajustado um valor para pagamento inicial e, posteriormente, são pagas sucessivas taxas em royalties à franqueadora.

 

A Franchising pode aproveitar ao máximo a ideia de um negócio já consolidado e é vista como uma das estratégias mais seguras para empresas que pensam crescer de forma célere e com o mínimo possível de investimentos.

 

Dados divulgados pela Associação Brasileira de Franquias destacam o desempenho do setor no ano de 2022, que “expandiu 7,8%, totalizando mais de 184 mil operações, e o de redes subiu 6,8%, superando as 3 mil marcas. Todos os 11 segmentos elencados pela entidade registraram crescimento no ano passado (...). Projeção para 2023 é de um crescimento de 9,5% a 12%”.

 

No Brasil, o processo é regulado pela Lei das Franquias (Lei nº 13.966/2019), que disciplina as tratativas entre as partes e regula a Circular de Oferta de Franquias (COF), documento obrigatório para a realização da operação.

 

São vários os modelos de franquia, com as mais diversas estratégias de implementação das unidades. Os setores abrangem desde alimentação, construção, serviços e até mesmo o agronegócio.

 

Apesar de muito particular em cada caso, em suma, a estruturação de uma franquia deverá passar por três fases:

 

a) Fase inicial: análise profunda do próprio negócio, que englobará a verificação da marca, da gestão, dos objetivos, recursos e posicionamentos para a implementação da franchising;


b) Fase de estruturação: ênfase nos aspectos mercadológicos, na análise financeira, no cálculo das taxas obrigatórias, nos aspectos jurídicos do sistema, na regularidade fiscal e tributária da empresa, nas minutas de contrato e no manual de transferência da operação ao franqueado e


c) Fase de execução: início da prática do negócio, com treinamentos, implantação de novas tecnologias e know how, dentre outros elementos.

 

Neste ponto, é necessário destacar a existência de assessorias especializadas em todo o processo de implementação. Com o auxílio adequado, o sistema de franquias consolida a marca em outros países e traz diversos benefícios para ambas as partes, pois melhora o desempenho financeiro empresarial do franqueado e escala o alcance do negócio do franqueador.

 

3. Joint Venture:

 

A Joint Venture é uma parceria temporária entre duas ou mais empresas, que combinam suas tecnologias e know-how, a fim de que ambas realizem um projeto em conjunto em busca de um objetivo em comum.

 

Mas por que pensar em Joint Venture empresarial?

 

Em termos práticos, imagine a união de uma empresa que possui muito dinheiro e sem muita capacidade técnica e organizacional, com outra empresa com pouco capital, mas dona de uma propriedade intelectual altamente qualificada.

 

Neste cenário, a operação é adotada para acelerar a expansão dos negócios, pois com a união as empresas associadas se têm acesso a habilidades escassas podendo, inclusive, ampliar as atuações em novos mercados e diversificar segmentos.

 

Ainda, o conhecimento compartilhado das condições do mercado economiza tempo com adequação e adaptação e poderá gerar inúmeras vantagens, como a contribuição com capital e contatos, a divisão do risco e da gestão, o compartilhamento de tecnologia, a capacidade de pesquisa e o apoio mútuo na divulgação da marca.

 

A associação poderá ocorrer de duas formas: 1) com a formação de uma nova empresa, a chamada “Joint Venture Contratual” e 2) com a criação de uma nova pessoa jurídica, situação denominada “Joint Venture Societária”.

 

Além do modelo escolhido, é necessário realizar uma profunda revisão estratégica comercial, concorrencial, de cenários e da viabilidade financeira de ambas as empresas. Necessário ainda avaliar se o parceiro é ideal para complementar os recursos e as habilidades da sua empresa.

 

4. Investimento direto:

 

Esta modalidade trata-se da aquisição total ou parcial de uma empresa já consolidada no mercado estrangeiro ou, ainda, da criação de uma nova que realizará suas atividades no exterior.

 

Em maior parte, as aquisições visam o crescimento de uma companhia, quando ela percebe que é mais vantajoso assumir uma empresa já existente do que expandir por conta própria.

 

Mas quais as principais vantagens do investimento direto?

 

Trata-se de operação mais célere, com menores riscos e com ganhos praticamente imediatos. A estratégia ainda dá acesso à uma grande autonomia, conduz para novos clientes e mercados, dribla a competitividade do país de origem e também abre portas para possibilidades ilimitadas de crescimento econômico.

 

Alguns exemplos de investimento direto que poderiam ser citados são a compra da Fnac pela Livraria Cultura a fim de ganhar o mercado de livros digitais e também a Heineken, que adquiriu a empresa Brasil Kirin, proprietária da Devassa e da Schin, a fim de driblar alguns de seus maiores concorrentes.

 

Mesmo com as inúmeras vantagens, em geral, a operação tende a ser complexa, ambiciosa e exige um grande investimento já que estabelece o controle total sobre o negócio estabelecido no país estrangeiro.

 

Apresentadas quatro das diversas estratégias aplicáveis, certo é que, com o planejamento de internacionalização adequado, a empresa é elevada a outro patamar.

 

Independente da estratégia adotada, o procedimento pode envolver diferentes legislações, investimentos no estrangeiro, registros, contratos internacionais, licenças, laudos arbitrais, dentre tantas outras situações que exigem um apoio eficiente que garanta o sucesso da operação.

 

Portanto, se você possui interesse em internacionalizar sua empresa, é de suma importância contar com uma assessoria que auxilie na busca da estratégia adequada para o seu processo de expansão, que permita reduzir ou até mesmo extirpar os riscos da implementação.

 

A X5 Iguassu Trade possui profissionais especializados em estratégias de internacionalização, que te auxiliarão na busca pelo sucesso da sua ampliação empresarial.